terça-feira, 30 de agosto de 2011

DE ABRAÇOS, UMA VEZ MAIS...

Por uma feliz coincidência, recebi essa imagem maravilhosa da minha sobrinha Ana Márcia. Não poderia deixar de postá-la. Pena que nesta terra de ninguém que é a internet, os créditos aos fotógrafos não acompanhem os seus trabalhos.



sábado, 27 de agosto de 2011

DENTRO DE UM ABRAÇO - MARTHA MEDEIROS



Quem bem me conhece sabe que tenho o abraço como o gesto de carinho por excelência. Há quem discorde, tentando me demover da idéia, abrindo um debate em favor do beijo. Sim, beijar também é um belo gesto. Mas o meu preferido foi, é e sempre será o abraço. E abraço dos bons: apertado e um pouco longo. Não gosto do abraço-faz-de-conta onde os corpos repentinamente se atraem para, da mesma forma, se repelirem, num átimo de segundo. Muitas pessoas são afáveis ao abraço que costumo dar. Outras, nem tanto. Mas, longe de querer constranger o outro, no meu abraço sempre está embutida a mensagem 'eu te aceito', 'eu te acolho'. Essa mensagem só será eficaz se o meu gesto for pra valer, não for morno. É preciso não deixar dúvidas do acolhimento. Assim como também um aperto de mão tem que conter o aperto, o abraço tem que, verdadeiramente, conter o enlaçamento dos corpos, já que as almas por eles são representadas.
Há braços, amigos!


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Onde é que você gostaria de estar agora, nesse exato momento?

Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, em diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema assistindo à estréia de um filme muito esperado e, principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar – a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Meu palpite: dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz humana nenhuma se faz necessária, está tudo dito.

Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde à beira-mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?

Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo. Mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. ...recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste.


Serviço: FELIZ POR NADA, Martha Medeiros. Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.




sexta-feira, 26 de agosto de 2011

NAS TUAS MÃOS - II


Pincei muitos trechos de NAS TUAS MÃOS e aqui os coloco com a intenção de instigar o desejo da leitura.


Uma vez chegaste a deitar-me no chão e encheste-me o peito de dentadas e lágrimas, estiveste quase a possuir-me e depois pediste desculpa, eu disse-te: “vem para dentro de mim, não tenhas medo”, e tu disseste: “Não posso, meu anjo. Não seria justo para si....”

Dizem que o amor se faz de uma comunidade de interesses subterrâneos, restos de vozes, hábitos que nos ficam da infância como uma melodia sem letra, paixões pisadas na massa funda do tempo...

O abandono não é um ato de vontade mas uma conseqüência do esquecimento, meu amor.

...o amor desesperado faz mal à pele, desfigura e amarelece-nos o contorno...

Nesses anos em que o amor todo se concentrava na feroz atração dos corpos, podia-se viver uma vida só do sabor de uns lábios. Eu, pelo menos, vivi.

...as pessoas aborrecem as histórias felizes e têm razão, a felicidade convoca o que em nós há de mais melancólico e solitário.

Cada ser tem o seu segredo, cada amor o seu código intransmissível.

O amor, ......, é o único travão da morte...

Pões nas fotografias o rigor que não encontras na vida, sempre que as pessoas te magoam por omissão fechas-te na câmara escura a sublinhar contrastes.

Custa-me dizer ‘no meu tempo’, como fazem as pessoas da minha idade, porque o meu tempo é simplesmente o tempo de partilhar o amor com os seres que amo.

...declarava que todo o amor vivido é uma degradação do amor. Dizia que amar uma rapariga é, afinal de contas, não amar ninguém, porque as raparigas mudam todos os dias. Tinha razão. O amor dele não conseguia me tocar, porque a mulher que ele via em mim não me conhecia.

Uma das vantagens do envelhecimento é conseguirmos esquecer aquilo que não nos apetece recordar.

Não penses que te estou a dizer que na velhice as pessoas ficam mais perto da essência da vida; não consigo encontrar uma solução para os problemas do Universo pelo facto de ser velha. Mas acho que ganhei em frivolidade, sobretudo depois da tua morte, ...... Eu era uma rapariga demasiado séria, e agora tornei-me uma velha leviana.

Já não tenho vergonha de ser meiga...

...ser amigo de alguém é ter a coragem de conhecer o melhor e o pior dessa pessoa, e guardar esse pior, por mais peso que tenha, no silêncio do nosso coração.

O amor dissolve em fumo qualquer escândalo, por mais estranho que ele surja aos nossos aparentes valores. O escândalo a que não se sobrevive é o da ausência do amor, ...

...e eu limito-me a beijá-la com um sorriso, para que ela continue a acreditar que tem uma avó de antigamente, uma espécie de Natal imóvel e portátil. E no fundo é verdade; a entrega foi a minha única forma de afirmação, não levo da vida o peso das armas oxidadas.

...a separação dói muito aos que cedo se apercebem da enormidade do amor diante da estreiteza da vida.

Enfrentando a imperfeição aprendi a perdoar. Olho para a raiz das ações, e concluo que também eu a podia ter cometido. A pior delas.

Cada pessoa é uma harmonia de solidão, decompô-la apenas pode fazer com que a sua música se torne inaudível.

O amor não é justo, .....

O amor não tem portas que possamos abrir e fechar, nem passagens secretas para um sótão onde possamos fazer férias dele. Toma conta de tudo em nós, envolve-nos como um lençol de tédio, sedoso, infindo.

Prolongada, a vida torna-se demasiado curta e o amor ganha o ritmo da chuva que bate leve, levemente.

...porque a ausência é um lugar de destroços.

...para mim a paixão tinha que ser o êxtase da liberdade.

“Tens a paixão da amizade como eu tenho a paixão do amor, minha filha. Não sei o que é mais trágico”.

A verdade é que não há nada de tão cruel como um amor perfeito. Passamos vidas inteiras a arranjar suspeitos, a confrontar testemunhas. Toda a gente sabe que ele aconteceu, mas ninguém o viu. Ninguém sabe descrever-lhe o rosto. Ataca sobretudo em horas ou pessoas de plena distração, à revelia dessa confortável invenção humana a que chamamos razão.

...senti que a fotografia podia ser uma marca de diferença, a assinatura de um olhar,...

Descobri cedo nas fotografias de minha mãe que a felicidade é uma coleção de instantes suspensos sobre o tempo que só depois de amarelecidos pela ausência se revelam.

Trago no meu sangue que é dela esta calada paixão pelo amores mortos, esta determinação de só depois entender o essencial, de amar as distâncias como única proximidade do céu.

...o amor nunca é uma dependência, é uma abundância e parece que nós continuamos a viver o amor por carência. Metemos no amor tudo o que não sabemos onde meter.

O amor não quer saber das idéias que tenhamos sobre a nossa identidade ou sobre as nossas preferências sexuais. O sexo é um caso irrelevante diante dos obstinados desígnios da paixão.

...a dor é um bônus de sabedoria que a felicidade deixa.

Mas neste momento tudo me anoitece na memória; lembrar é a declinação vertiginosa do verbo esquecer.

Vesti a sua camisa de noite branca, de bordado inglês, e meti-me entre os lençóis de frioleiras bordados pela sua avó para celebrar a sua entrada no universo do amor real. No cartão escrevi apenas estas palavras suas: “Vem pra dentro de mim, não tenhas medo”. E ele veio, ....



Serviço: NAS TUAS MÃOS, Inês Pedrosa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.


NAS TUAS MÃOS - INÊS PEDROSA

Continuo encantada com a literatura que nos oferece Inês Pedrosa. Volto a postar mais algumas coisas sobre ela e sobre sua obra porque compartilhar o que é bom e belo é um dever. Se tiverem a oportunidade, recomendo a leitura. Boa fruição!




Inês Pedrosa nasceu em Coimbra, em 1962. Trabalhou na imprensa, na rádio e na televisão. É directora da Casa Fernando Pessoa e cronista do jornal Expresso e da revista Ler. É autora dos romances A Instrução dos Amantes, Nas Tuas Mãos (Prémio Máxima de Literatura), Fazes-me Falta e A Eternidade e o Desejo (2007), bem como duas novelas fotográficas a quatro mãos: Carta a Uma Amiga (com fotografias de Maria Irene Crespo) e Do Grande e do Pequeno Amor (em co-autoria com o fotógrafo Jorge Colombo), além de contos, ensaios biográficos, crónicas e antologias. Os seus livros estão publicados na Espanha, Itália, Brasil e na Alemanha.


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Resenha da obra NAS TUAS MÃOS, feita pela carioca Helena Sut, hoje residente em Curitiba-PR.

“Vem para dentro de mim, não tenhas medo.”

A intimidade é o tema central do livro Nas tuas mãos de Inês Pedrosa. A dificuldade de assumir completamente as vivências e angariar a cumplicidade para um mundo de obscuridades perpassa três gerações. Os segredos são revelados no diário de Jenny, no álbum de fotografias de Camila e nas cartas de Natália. Confissões a serem desvendadas por cada mulher no universo contextualizado de outros, épocas e características.

As surpreendentes revelações das personagens não geram a vívida intimidade. Quase memórias, são registros de sentimentos cerzidos e fragmentados, retratos suspensos de um tempo vivido, fantasias de amor, realidades documentadas. Cada mulher vive a própria solidão. A juventude virginal de Jenny, o contraste da dor de Camila, os desafios e as possibilidades de Natália são relatados distantes das ilusões que as personagens vivem. Palavras que denunciam, absolvem quando se despem dos interditos e afirmam experiências amorosas intensas.

“Dizem que o amor se faz de uma comunidade de interesses subterrâneos, restos de vozes, hábitos que nos ficam da infância como uma melodia sem letra, paixões pisadas na massa funda do tempo, mas nesses anos entre guerras os sentimentos explicados não interessavam a ninguém. O amor era então uma criação fulminante do tédio e da inocência, feito do carnal recorte da beleza, magnífico de crueldade.”

Jenny vive o amor idealizado distante da realidade da pele, recria-se numa personagem sedutora entre dois homens; Camila resiste ao amor na morte dos amantes e, sem compreender a própria origem, perpetua no ventre a imensidão de um continente, e Natália resgata no diário de sua avó e no álbum de sua mãe a permanência do sentimento e o desejo de realizá-lo.

Inês Pedrosa desvirgina a intimidade e cria uma estreita relação com os leitores. Uma instigante narrativa que alcança, além do amor, os preconceitos, as guerras mundiais e na África, o movimento feminista e suas repercussões, as amizades, os desafetos, as amarguras e as esperanças.

“A vida é uma infindável colecção de testemunhas: precisamos que nos observem, na vitória como no fracasso, precisamos que nos prestem atenção.”




terça-feira, 23 de agosto de 2011

CUIDE BEM DO SEU AMOR - PARALAMAS DO SUCESSO


Da janela do quarto da pousada onde estava, observava duas gaivotas em cima de uma chaminé. Não entendia muito bem porque elas não estavam no grupo que fazia alvoroço sobre o mar, esperando que os pescadores trouxessem as redes cheias de tainhas. Com um olho nelas e outro nos pescadores, num rápido movimento de uma das gaivotas, compreendi tudo! Uma delas estava com a perna muito machucada. E a outra...estava cuidando do seu amor!

CUIDE BEM DO SEU AMOR - Paralamas do Sucesso

A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar
Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
Há um segundo tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for,
Cuide bem do seu amor
Seja quem for...



OS NÓS E NÓS - LETÍCIA THOMPSON


Quando queremos que alguma coisa fique ancorada à nossa vida, fazemos de tudo para mantê-la presa à nós. Criamos laços e os apertamos com todo nosso coração.

Os nós fazem parte de nós.

Infelizmente, nem tudo o que se apega a nós é bom e útil. Se prezamos ter laços afetivos e pedaços de memórias agarradas definitivamente à nossa pele, há aqueles nós que se apegam sem que nossa permissão seja pedida e sem que tenhamos forças para desatá-los. Esses nos acompanham e nos adoecem.

Viver com nós na garganta, que não descem e nem saem, nos deixa deficientes. Avançamos em algumas outras coisas, mas o não resolvido fica, como um espinho na carne.

Aquilo que não conseguimos engolir é o perdão que não conseguimos oferecer, é o esclarecimento que nunca nos foi dado, são os porquês nunca respondidos.

A gente caminha, mas sente que algo ficou pra trás e muitas das dores de garganta que não conseguimos curar são emoções presas das quais não soubemos nos livrar. O que fica atravessado diante de nós é o peso que carregamos por vezes por anos e anos.

O dia bendito em que conseguimos colocar em palavras e lágrimas aquilo que nos ofendeu, entrou em nós e ficou, o sol desponta no horizonte como se fosse seu primeiro dia.

Ah, Deus, se tivéssemos sempre a coragem de abrir nosso coração e gritar nossa mágoa, quão mais leves e sãos poderíamos viver!

Por que esse medo de expôr o que nos desagrada? Por que temer ferir o outro quando estamos, nós mesmos e inteiramente, sangrando? Por que a felicidade alheia, se felicidade alheia há, é mais importante que a nossa?

Grande parte dos nossos problemas, das nossas doenças até físicas, são falta de comunicação. Por que não dizemos, não passamos ao outro o que sentimos, não falamos do sentimento de injustiça que sentimos e do quanto isso nos abala.

Falar é importante. No bom momento, claro, que com sabedoria deve ser escolhido, mas é muito importante. O que não dizemos, o outro não é obrigado a adivinhar e isso nunca podemos cobrar.

Os nós não resolvidos atam nossa vida a um certo momento. Não crescemos como convém e mesmo nosso riso é sempre manchado por uma pinta de tristeza que traduz nosso olhar.

Quando sentiu que tinha que se revoltar no Templo, Jesus se revoltou, nenhuma palavra poupou; quando a dor e tristeza foram grandes demais no seu seio, Ele chorou; quando o cálice tornou-se por demais amargo, falou com o Pai...

A liberdade só nos chega quando liberamos nosso ser, quando oferecemos ao outro o direito de ouvir, perdoamos o que deve ser perdoado e aceitamos o que deve ser aceitado.

Se criamos a coragem de desatar, devagar, certo, mas desatar, um a um os laços que nos incomodam, liberamos uma a uma as ansiedades, os males que nos doem física e psicologicamente.

Nessas horas nosso coração bate de maneira diferente, respiramos mais ar puro e nossos olhos se abrem para novos horizontes. Só um pequeno passo, um muito de coragem e uma nova vida pode começar.








domingo, 21 de agosto de 2011

HÁ BRAÇOS, NOBRE!



Em dias tão especiais que vivemos, uma renovação do meu apreço e do meu carinho.


ESTOU AQUI, NOBRE!


Queria muito postar uma outra coisa mas acabei não logrando êxito nas pesquisas. Então me lembrei da canção do Milton Nascimento. Ela diz quase tudo o que eu gostaria de dizer. São palavras e pensamentos cruzando oceano. Fique bem, AMIGO!






sábado, 20 de agosto de 2011

VENTO NOVO - Flora Figueiredo






Estava enrolada

em teias e traças,

debaixo da escada,

lá no subsolo

da casa fechada.

Começava a tomar ares de desgraça.

Manchada do tempo,

fenecia

a esperar que um dia

alguma coisa acontecesse.

Antes que se perdesse completamente,

sentiu passar um vento cor-de-rosa.

Toda prosa, espanou a bruma,

pintou os lábios

e sem vergonha nenhuma

caprichou no recorte do decote.

A felicidade volta à praça

cheia de dengo e de graça,

com perfume novo no cangote.


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Amor a céu aberto, Editora Nova Fronteira, 1992 - Rio de Janeiro, Brasil.