Inês Pedrosa nasceu em Coimbra, em 1962. Trabalhou na imprensa, na rádio e na televisão. É directora da Casa Fernando Pessoa e cronista do jornal Expresso e da revista Ler. É autora dos romances A Instrução dos Amantes, Nas Tuas Mãos (Prémio Máxima de Literatura), Fazes-me Falta e A Eternidade e o Desejo (2007), bem como duas novelas fotográficas a quatro mãos: Carta a Uma Amiga (com fotografias de Maria Irene Crespo) e Do Grande e do Pequeno Amor (em co-autoria com o fotógrafo Jorge Colombo), além de contos, ensaios biográficos, crónicas e antologias. Os seus livros estão publicados na Espanha, Itália, Brasil e na Alemanha.
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Resenha da obra NAS TUAS MÃOS, feita pela carioca Helena Sut, hoje residente em Curitiba-PR.
“Vem para dentro de mim, não tenhas medo.”
A intimidade é o tema central do livro Nas tuas mãos de Inês Pedrosa. A dificuldade de assumir completamente as vivências e angariar a cumplicidade para um mundo de obscuridades perpassa três gerações. Os segredos são revelados no diário de Jenny, no álbum de fotografias de Camila e nas cartas de Natália. Confissões a serem desvendadas por cada mulher no universo contextualizado de outros, épocas e características.
As surpreendentes revelações das personagens não geram a vívida intimidade. Quase memórias, são registros de sentimentos cerzidos e fragmentados, retratos suspensos de um tempo vivido, fantasias de amor, realidades documentadas. Cada mulher vive a própria solidão. A juventude virginal de Jenny, o contraste da dor de Camila, os desafios e as possibilidades de Natália são relatados distantes das ilusões que as personagens vivem. Palavras que denunciam, absolvem quando se despem dos interditos e afirmam experiências amorosas intensas.
“Dizem que o amor se faz de uma comunidade de interesses subterrâneos, restos de vozes, hábitos que nos ficam da infância como uma melodia sem letra, paixões pisadas na massa funda do tempo, mas nesses anos entre guerras os sentimentos explicados não interessavam a ninguém. O amor era então uma criação fulminante do tédio e da inocência, feito do carnal recorte da beleza, magnífico de crueldade.”
Jenny vive o amor idealizado distante da realidade da pele, recria-se numa personagem sedutora entre dois homens; Camila resiste ao amor na morte dos amantes e, sem compreender a própria origem, perpetua no ventre a imensidão de um continente, e Natália resgata no diário de sua avó e no álbum de sua mãe a permanência do sentimento e o desejo de realizá-lo.
Inês Pedrosa desvirgina a intimidade e cria uma estreita relação com os leitores. Uma instigante narrativa que alcança, além do amor, os preconceitos, as guerras mundiais e na África, o movimento feminista e suas repercussões, as amizades, os desafetos, as amarguras e as esperanças.
“A vida é uma infindável colecção de testemunhas: precisamos que nos observem, na vitória como no fracasso, precisamos que nos prestem atenção.”
“Vem para dentro de mim, não tenhas medo.”
A intimidade é o tema central do livro Nas tuas mãos de Inês Pedrosa. A dificuldade de assumir completamente as vivências e angariar a cumplicidade para um mundo de obscuridades perpassa três gerações. Os segredos são revelados no diário de Jenny, no álbum de fotografias de Camila e nas cartas de Natália. Confissões a serem desvendadas por cada mulher no universo contextualizado de outros, épocas e características.
As surpreendentes revelações das personagens não geram a vívida intimidade. Quase memórias, são registros de sentimentos cerzidos e fragmentados, retratos suspensos de um tempo vivido, fantasias de amor, realidades documentadas. Cada mulher vive a própria solidão. A juventude virginal de Jenny, o contraste da dor de Camila, os desafios e as possibilidades de Natália são relatados distantes das ilusões que as personagens vivem. Palavras que denunciam, absolvem quando se despem dos interditos e afirmam experiências amorosas intensas.
“Dizem que o amor se faz de uma comunidade de interesses subterrâneos, restos de vozes, hábitos que nos ficam da infância como uma melodia sem letra, paixões pisadas na massa funda do tempo, mas nesses anos entre guerras os sentimentos explicados não interessavam a ninguém. O amor era então uma criação fulminante do tédio e da inocência, feito do carnal recorte da beleza, magnífico de crueldade.”
Jenny vive o amor idealizado distante da realidade da pele, recria-se numa personagem sedutora entre dois homens; Camila resiste ao amor na morte dos amantes e, sem compreender a própria origem, perpetua no ventre a imensidão de um continente, e Natália resgata no diário de sua avó e no álbum de sua mãe a permanência do sentimento e o desejo de realizá-lo.
Inês Pedrosa desvirgina a intimidade e cria uma estreita relação com os leitores. Uma instigante narrativa que alcança, além do amor, os preconceitos, as guerras mundiais e na África, o movimento feminista e suas repercussões, as amizades, os desafetos, as amarguras e as esperanças.
“A vida é uma infindável colecção de testemunhas: precisamos que nos observem, na vitória como no fracasso, precisamos que nos prestem atenção.”
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