Passando novamente os olhos pela obra MULHERES de Eduardo Galeano, encontrei alguns tesouros que quero compartihar com vocês. Serão alguns textos. O de hoje é esse.
A NOITE/1
Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.
Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.
A NOITE/2
Eu adormeço às margens de uma mulher: eu adormeço às margens de um abismo.
Eu adormeço às margens de uma mulher: eu adormeço às margens de um abismo.
A NOITE/3
Eles são dois por engano. A noite corrige.
Eles são dois por engano. A noite corrige.
A NOITE/4
Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita,a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma.
Solto-me do abraço, saio às ruas.
No céu, já clareando, desenha-se, finita,a lua.
A lua tem duas noites de idade.
Eu, uma.
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