terça-feira, 16 de junho de 2009

TEMPO REI, Ó TEMPO REI, Ó TEMPO REI...por Vera Vieira


Majestade, que ao mover-se de modo contínuo e inexorável
provocando encontros e desencontros pela vida afora
trazendo alegria, promovendo esperanças, criando elos
e também levando sonhos, postergando desejos, alimentando ilusões...

Majestade, que à nossa revelia de ânsia de retenção,
passa, passa, passa
e enquanto na lida com tarefas mais terrenas,
vamos esquecendo das coisas que mais importam
e, no sentir do coração, não soubemos percebê-la e pensar: "É tempo!"...

Majestade, que desencadeia um gesto único, irrepetível e solitário
que determina a chance de fato ou irrealidade
fazendo com que apenas o olhar para trás
nos faça perceber que tivemos nossa vez e ela se foi...

Majestade, antes que roube novamente o meu momento
Peço, na medida em que vislumbro seu aceno de gesto único,
Dê-nos um espaço especial, de perfeita sintonia e claro entendimento
Onde as palavras ditas sejam tão eficazes quanto os silêncios...

Majestade, que nos gestos e palavras e silêncios
Possa a verdade aflorar tranquilamente
E no momento e lugar certo se resgate a certeza
De que há pessoas que vieram pra ficar...
Que, mesmo distantes, podem se amar e se cuidar
E que nem um rei - com toda sua majestade e autoridade -
Pode fazer algo para apagar o que está na mente e no coração.


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