Passam-se horas, dias, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este meu amor de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
"São mitos de calendário/ tanto o ontem como o agora,/ e o teu aniversário/ é um nascer a toda hora."
ResponderExcluir- Carlos Drummond de Andrade, Obra poética - v.4-6 Página 42
Um beijinho pelo dia 25 de setembro e minha amizade sempre
Thereza