Mulher da capa, dama recatada,
Senhora-pés-fincados-no-chão-duro,
Olho o teu corpo, mas não vejo nada,
Pois meu olhar se choca nesse muro.
Sei que és divina, musa, bruxa e fada
E bem por isso já não te censuro
Quando me fazes alvo da cilada
De desejar possuir-te, sem futuro.
A capa grossa, opaca, intransponível,
Qual novo cinturão de castidade,
Protege-te de mim, dos meus desejos.
Volúpia grande a minha, e é de tal nível
Que um dia, só fazendo o que te agrade,
Abrirei os cadeados com meus beijos.
Solange Rech, Versos do Tempo Quase, Editograf, Florianópolis, 2006, p. 49
Olá Vera!
ResponderExcluirProcurando um texto do Filósofo Mário Cortella, cheguei aqui e gostei muito do conteúdo do blog e gostaria de segui-la, tenho muito que aprender e aqui por certo é um bom lugar.
Fica com Deus e um abraço.