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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Joan Manuel Serrat e Eduardo Galeano - Secreta mujer




Postado por VERA VIEIRA às 15:12 Nenhum comentário:
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QUEM SOU EU

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VERA VIEIRA
Formada em Serviço Social e em algumas faculdades de Letras, fotógrafa, tradutora, paranaense de Paranaguá, vivendo em Curitiba. Casada, 65 anos, mãe de uma filha e avó de um neto, amor maior.
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FOTO DA SEMANA por Vera Vieira

FOTO DA SEMANA por Vera Vieira
E tu, lembrando aquela vez, me dizes:/ _ No nosso amor o sol, quando se oculta,/ É para nos deixar ver as estrelas. (SOLANGE RECH)

DON VICENTE SÁNCHEZ

FLORES

Qual uma harpa sonora dedilhada,
revibro, alegre, ante a sutil magia,
em que me envolve a lírica florada,
benção da Primavera luzidia.


Vêde um jardim florido. Que poesia!
Como encanta nossa alma deslumbrada!
É de aromas e cores sinfonia,
rimando com o trinar da passarada!

Amo os lírios, gerânios, cravos, rosas,
as orquídeas e flores mil formosas,
que falam tanto ao coração do esteta!

Deixai que em verso ardente eu as consagre,
porquanto cada flor é um milagre,
com que Deus nos recorda que é Poeta!

BONANÇA

Não cantes mais tristezas, lira minha,
pois tantas já meus ombros flagelaram,
e com peso tremendo os arquearam,
que mente humana alguma as adivinha.

Minha vida girou qual ventoinha
ao sopro de maus ventos que ulularam,
e germinar a dita não deixaram,
como à semente faz terra maninha.

Mas da lira o pesar, estou bem certo,
há de findar. Vislumbro um céu aberto,
a extinguir um rosário de amarguras...

E a alma pressente a vinda de uma fada,
que vai fazer, pulsando a lira amada,
cada corda florir em mil venturas!

MISTÉRIO

Quem, sobre a areia dourada,
flores vermelhas deixou?

O sol, o vento e as ondas,
vão aos poucos apagando
os contornos de coral...

Quem deixou flores vermelhas
sobre essa areia dourada?

Pedi respostas ao vento,
às ondas mansas do mar,
à luz do sol e ao silêncio
que poderiam m'as dar...

Mas todos ficaram mudos,
num silêncio sepulcral...

Um gemido, no seu manto,
o vento, lesto, levou...

As ondas beijaram beijos,
e o sol, no alto azul sem nuvens,
em outros céus se espelhou...

mas apenas o silêncio,
quando o cristal se partiu,
um grito agudo escutou...

Quem, sobre a areia dourada,
flores vermelhas deixou?

COMPARAÇÃO

Tem curvas feminis essa airosa montanha,
cujas encostas cobre a mata esmeraldina,
dando-lhe a maciez o alegre sol que a banha,
de um tecido a lembrar seda-crepe da China.

Para apreciar melhor essa criação divina,
erguendo-se, imponente, em meio da campanha,
percorro o seu contorno, e, súbito, a retina
me fere de um contraste a sensação estranha:

num ponto que a pedreira, impiedosa, escalavra,
mostra o monte o interior, de cortante granito,
que um efeito de luz, singular, azinhavra...

E penso, ao recordar a humana falsidade,
que, tal qual a montanha, há no mundo em conflito,
gente que a alma de pedra esconde em suavidade!

ORGULHO

Teu aparente amor, maneiras mansas,
cruel, trocaste, em mutação profunda,
num vazio glacial que me circunda,
só porque dominar-me não alcanças.

Feres-me fundo, como agudas lanças...
No mar dos sonhos, destruído, afunda,
-visão da mente, em ilusões fecunda -
o meu batel de róseas esperanças!

Mas este amor, ao qual não correspondes,
como se cortam altaneiras frondes,
no coração acabo de ceifá-lo.

Teu altivo desdém não me espezinha:
se tens orgulho para ser rainha,
sobra-me brio p'ra não ser vassalo!

PARADOXO

Pelo tempo cruel já quase demolida,
contemplei, com pesar, uma antiga janela
que, muitos anos há, emoldurou a bela,
cujo amor virginal deu vida à minha vida.

Mas logo se refez minha alma dolorida
na quietude do lar, tendo a meu lado aquela,
que sempre se mostrou, na calma e na procela,
paradigma ideal de esposa e mãe querida.

E a refletir fiquei, num suave devaneio,
concluindo, por fim e enganar-me não creio,
pois vi a confirmação de uns olhos no fulgor,

que o tempo, destruidor da mais rude matéria,
não consegue romper, na fúria deletéria,
o fio arquissutil de um verdadeiro amor!

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